Pular para o conteúdo principal

Avaliação de aprendizagem com o portfólio eletrônico

Uma das tarefas do curso de Metodologias Ativas consiste na elaboração de um projeto que utilizasse MAs.  Dessa forma, preparei um projeto que pudesse vir a me ajudar no trabalho voluntário que realizarei na Índia, em agosto, auxiliando professores de escolas públicas com poucos recursos a refletirem sobre suas práticas. Segue abaixo o que já idealizei para o projeto, que certamente será modificado até agosto.


Como se pode ver, a intenção é apresentar e sugerir a esses professores variadas metodologias ativas de ensino e aprendizagem, com o intuito de que eles possam, então, experimentar aplicação destas em suas aulas. Dentre as metodologias que serão apresentadas, estarão o PBL, a rotação por estações, a sala de aula invertida e, devido ao meu background (sou mestre em Drama in Education), a utilização de técnicas teatrais na educação. A ideia é, que ao final desse mês de trocas e aprendizados, os professores possam repensar sua aula inicial e modificá-la fazendo uso do conhecimento adquirido durante o workshop.

Contudo, qual seria a melhor forma de os professores avaliarem tudo o que aprenderam e experimentaram durante esse mês? Um quiz? Um teste? Uma redação? Nenhum desses ou até mesmo todos esses. Em outras palavras, ao meu ver a melhor forma de auto-avaliação para essa situação de aprendizagem seria a criação de um e-portfólio, que daria ao aluno a oportunidade de criar e compartilhar qualquer tipo de documento. A ferramenta utilizada poderia ser o Google Sites, Evernorte ou Wordpress.  A ideia seria que cada aluno criasse seu e-portfólio e o abastecesse, no mínimo, 2 vezes por semana com ideias, textos, artigos, vídeos, sites, enfim, tudo que fosse relevante para o seu processo de aprendizagem. Ao final de todo o curso, quando já refeitos os planos de aula, os alunos seriam convidados a refletir sobre as perguntas a seguir:

  • O que vou levar desse mês de trocas para a minha prática docente?
  • Como as metodologias trabalhadas poderão me ajudar na preparação de minhas aulas?
  • Como acredito que meus alunos reponderão ao uso dessas metodologias nas aulas?
  • Como eu posso continuar a enriquecer minha prática docente de agora em diante?
Feito isso, os professores serão incentivados a continuar postando em suas páginas, abastecendo-as com relatos sobre a utilização das novas metodologias em sala de aula e a resposta dos alunos a essas novas práticas.

Acredito que a criação de um e-portfólio seja uma excelente maneira de professores refletirem sobre sua prática, além de traçarem objetivos realistas baseados em dados coletados ao longo do ano letivo, isto é, as atividades que melhor funcionaram, a resposta dos alunos a determinadas metodologias, etc.  Ademais, um portfólio digital é também um ótimo jeito de um professor armazenar, assim como compartilhar materiais que julgue interessantes para sua prática docente. Naturalmente, os mesmos benefícios destacados acima podem ser aplicados aos alunos, ou seja, portfólios digitais são ferramentas muito eficientes na avaliação do processo de aprendizagem de estudantes também.

Finalmente, seguem breves vídeos que destacam os benefícios da criação de e-portfólios.






Comentários

  1. Olá Raisa, gostei muito do que li. Sugiro que siga descrevendo por aqui todas as etapas do projeto, sua narrativa é ótima, e a experiência registrada poderá multiplicar ainda mais está ação. Não é mesmo? Abs, Dênia

    ResponderExcluir
  2. Boa noite Raissa. Concordo com a Denia, sua narrativa é muito boa, desperta interesse na leitura, Parabéns.

    ResponderExcluir
  3. Muito obrigada pelo retorno e incentivo, meninas! :)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Metodologias ativas: o que são e por que utilizá-las?

Na área de ensino de línguas estrangeiras, muito se fala sobre métodos, metodologias, abordagens e afins, sempre com o intuito de se encontrar a "melhor" maneira de ensinar. Já passamos pela abordagem da tradução, o método direto, a abordagem audiolingual, o Silent Way, chegamos à abordagem comunicativa (que ainda parece ser a mais "em voga") e até hoje a discussão perdura sobre qual seria a maneira ideal de se ensinar uma língua estrangeira. Neste texto, proponho uma mudança de foco: do "ensinar" para o "aprender", isto é, ao invés de discutir quais seriam os melhores métodos, abordagens ou, até mesmo, técnicas a serem utilizadas pelo professor, iremos discutir quais metodologias têm o poder de auxiliar o aluno em seu processo de aprendizagem, tornando este mais significativo. Para isso, o conceito de metodologias ativas será brevemente discutido e o papel destas como possíveis ferramentas para a aprendizagem de língua inglesa será salien

O modelo TPACK

É inegável o impacto que a tecnologia tem (e sempre teve) na sociedade como um todo. Ela é capaz de mudar a forma como nos portamos, interagimos, consumimos, além de afetar também a forma como aprendemos e ensinamos. Dessa maneira, é imprescindível que, como educadores, estejamos sempre atentos às mudanças concernentes às TICs, procurando aprender mais sobre elas e e buscando, também, utilizá-las em nossa prática docente. Contudo, as perguntas que podemos nos fazer são as seguintes: ter um conhecimento vasto sobre tecnologia é o suficiente para fazer um bom professor? O bom professor não seria aquele que possui um conhecimento amplo acerca do conteúdo que ensina? Ou seria o bom professor aquele possui profundo conhecimento pedagógico, isto é, aquele que sabe bem como ensinar seu conteúdo a seus educandos? A resposta de Mishra e Koehler para essas perguntas é bem simples: o bom educador precisa ter um conhecimento holístico e integrado acerca de todas essas áreas, isto é, precisa ter

As competências digitais docentes

Foram diversos os conceitos, ideias e modelos educacionais com que venho me deparado no curso de metodologias ativas e tecnologias digitais que estou fazendo. No entando, uma ideia que muito me chamou atenção foi a das  competências digitais para professores da UNESCO (2008).  Ao todo, são  5 áreas: literacia de informação e dados, comunicação e colaboração, criação de conteúdo digital, segurança, e resolução de problemas. Contudo, cada uma dessas áreas contém diversas competências a serem desenvolvidas por docentes que, ao final, totalizam 21. Elas vão desde criticidade na seleção de conteúdos educacionais, passando pela netiqueta e chegando até a resolução de problemas técnicos. Isso me fez pensar no desafio a ser enfrentado por nós em tempos de fake news e compartilhamento de conteúdos de ódio nas redes sociais, muitas vezes, por nossa própria classe. Chegamos ao baixíssimo extremo de difamar pessoas assassinadas por meio dessas indigestas notícias falsas por conta de divergências